
Rosa Montero conta sobre um experimento, realizado em 2012, na Universidade Yale:
“Dois doutorandos em ciências, Jennifer e John, pleitearam uma vaga de supervisor de laboratório.
Como é de praxe nos Estados Unidos em casos como esse, Yale enviou seus currículos para que fossem avaliados por 127 catedráticos de biologia, física e química pertencentes às seis universidades mais importantes do país, três públicas e três privadas.
Numa escala de 1 a 10, John ganhou um ponto a mais que Jennifer.
Além disso, foi pedido aos professores que dissessem que salário julgavam que os solicitantes mereciam, e eles ofereceram 30.328 dólares anuais a John e 26.508 a Jennifer.
Até aqui, tudo mais ou menos normal.
O estupor começa quando descobrimos que Jennifer e John não existem e que os currículos eram absolutamente idênticos, só que foi dito a uma metade dos catedráticos que o solicitante se chamava Jennifer, e à outra metade que se chamava John.
E entre os avaliadores também havia, é claro, catedráticas.”
Uma diferença de 14% a favor do ‘John’ não parece ser um erro estatístico. É preconceito mesmo.
Imagino outra situação: e se um dos dois fosse apresentado como negro? Isto teria algum impacto na definição do salário?