
As pessoas ateias, embora não digam que acreditam num ‘deus pessoal’, terminam por acreditar numa ‘força maior do que elas’ no universo, geralmente.
“Elas expressam a convicção de que a força e o maravilhamento que percebem são reais, tão reais quanto os planetas ou a dor; e que a verdade moral e as maravilhas naturais não somente evocam admiração, mas também a impõem”, segundo Ronald Dworkin.
Albert Einstein disse que, embora fosse ateu, era um homem profundamente religioso:
“Saber que aquilo que para nós é impenetrável realmente existe e se manifesta como a mais elevada sabedoria e a mais radiante beleza, que nossas obtusas faculdades só conseguem compreender em suas formas mais primitivas – esse conhecimento, esse sentimento, está no âmago da verdadeira religiosidade.
Nesse sentido, e nesse sentido somente, integro as fileiras dos homens devotos e religiosos.” (Einstein)
Religiosos e ateus partilham um senso de ‘fundamentalidade’, como dizia William James: “… existem coisas no universo que ‘atiram a última pedra'”. Para os teístas, seria Deus. Ateus, porém, não creem numa figura ‘pessoal’ atirando essas últimas pedras; seguem, muitos, uma espécie de ‘humanismo secular’.
A Suprema Corte americana, ao julgar a isenção do serviço militar por ‘objeção de consciência’ para ateus, decidiu que eles têm o mesmo direito que outras religiões: “Entre as religiões nesse país que não ensinam o que normalmente se consideraria ser uma crença na existência de Deus contam-se o budismo, o taoismo, a cultura ética, o humanismo secular e outras.”
Religião seria um ‘conceito interpretativo’, como a moral, segundo Dworkin. Ou seja, “as pessoas que usam o conceito não concordam quanto ao que ele significa exatamente; quando o usam, assumem uma posição acerca de o que ele ‘deve’ significar.