
Numa entrevista concedida a Betty Milan, Octavio Paz resigna-se ao determinismo:
“… em cada ato humano há uma dose de determinismo, mas este não pode se realizar sem a liberdade, que, por sua vez, necessita do destino para se realizar. Podemos dizer que, se a liberdade é uma condição da necessidade, o inverso também é verdadeiro. Não há como considerar separadamente a palavra destino e a palavra liberdade.
Os dois termos estão perpetuamente em luta; e um não vive sem o outro.
Para que Édipo cumpra o seu trágico destino, ele tem que escolher voluntariamente, sem saber o que está fazendo, claro. (…)
… no amor, que começa com uma atração involuntária – a que a gente está destinada – e depois se converte, através do livre-arbítrio, numa forma de liberdade.” (Octávio Paz)
Determinismo, destino. Não acredito nisso. Não há nada escrito ou algo que nos manipule. O que há, na minha opinião, são circunstâncias, contingências, forças – sociais, políticas, econômicas, culturais – que nos induz a práticas que nem sempre nos favorece. Estamos presos não a um destino, mas a um ‘sistema’ – social e ideológico – que nos impele a atos contrários ao ‘padrão’ aceito ou à aceitação de sua ‘normalidade’ – o que pode ser contrário ao que nos importa.
Mas, há a ideia de carma, sobre a qual não tenho como opinar.
No budismo, o termo se refere às nossas intenções, que podem ser boas ou más. Boas intenções geram bons frutos, más intenções geram maus frutos.
No hinduísmo, “carma” refere-se ao efeito que nossas ações geram em nosso futuro, tanto nesta como em outras vidas.