
Horkheimer entendia a teologia como uma hermenêutica (interpretação) crítica da história.
Para ele, a consciência de nossa finitude, da nossa condição humana, não pode ser considerada como prova da existência de Deus, “senão que tão-somente pode produzir a ‘esperança’ de que exista um absoluto positivo e, não podemos representar o absoluto, não podemos, quando falamos do absoluto, afirmar muito mais que isso: o mundo em que vivemos é algo relativo.”
Segundo Jung Mo Sung, essa relatividade do nosso ‘conhecimento’ sobre Deus e a relatividade do mundo é fundamental para evitarmos e para criticarmos as idolatrias que dominam o nosso mundo.
“Qualquer ser limitado – e a humanidade é limitada – que se considera como o último, o mais elevado e o único, se converte em um ídolo faminto de sacrifícios sanguinários, e que tem, ademais, a capacidade demoníaca de mudar a identidade e de admitir nas coisas um sentido distinto.” (Horkheimer)
Teologias refletem os alicerces que escoram as esperanças e as visões de mundo. Alicerces que, por sua vez, estão escorados sobre uma aposta, sobre uma fé ‘fundamental’.
Entre essas, o cristianismo que teria como característica essencial o ‘amor fraternal’:
“… o cristianismo procura introduzir na história o amor fraternal para com todos, que consiste na afirmação central de que as vítimas são inocentes e nenhuma desculpa ou pretexto justifica a vitimização delas.” (Hugo Assmann)
O que aconteceu? As lógicas de dominação passaram a considerar as suas vítimas como culpadas e os dominadores como inocentes.
Isso libera os opressores de sua culpa, ao vitimizar grupos e setores sociais como se eles fossem culpados!
A fé é um vislumbre de horizontes. Mas, os horizontes, por suas próprias características, são inalcançáveis pois sempre permanecem à nossa frente por mais que caminhemos em sua direção.
“A fé, em seu sentido mais amplo, constitui um componente indispensável – uma dimensão – de toda a existência humana.
Ela não é unicamente a maneira de dotar a nossa percepção de um valor, de um dever-ser.
Também é princípio cognoscitivo que nos faz perceber certas coisas e não perceber outras, igualmente evidentes.” (Juan Luis Segundo)