
Resolvi rever o filme Interestelar (2014), de Christopher Nolan, baseado nos trabalhos do físico teórico Kip Thorne.
Num futuro próximo, após a humanidade avançar de forma não retroativa no projeto de deixar a Terra inabitável, a saída aparece como a ‘colonização’ de outros planetas.
Como, aliás, como já alertava Ray Bradbury nas suas Crônicas Marcianas, sobre como a humanidade destrói seu habitat natural e se obriga a buscar novos lares por meio da expansão espacial.
“Os homens da Terra têm talento para acabar com coisas grandes e belas.” (Bradbury)
A propósito, Ray Bradbury e Isaac Asimov têm seus centenários comemorados neste ano que finda.
O filme trata disso. E se socorre das ideias de Einstein sobre relatividade, a existência de outras dimensões e da possibilidade de se viajar longas distâncias através de atalhos (wormholes) capazes de mudar o espaço-tempo.
Ideias como a de que um buraco negro possa retardar a passagem de tempo: uma hora próximo ao buraco negro equivalendo a dezenas de anos para um observador distante.
Entretanto, as viagens no tempo tem seus paradoxos: uma pessoa que viaja para o passado, por exemplo, pode alterá-lo e alterar o presente? Poderia ajudar Henry Tandey e não ter poupado Hitler, na Primeira Guerra ?
Segundo Igor Novikov, se um evento pode originar um paradoxo ou causar qualquer alteração no passado que provoque uma inconsistência no universo, a probabilidade de esse evento acontecer é nula.
“As leis da física não permitem o surgimento de curvas de tempo fechadas.” (Hawking)
Significa: “a própria natureza não permitiria que algo voltasse a um ponto do passado e continuasse se movendo até chegar novamente ao ponto de partida (formando uma curva fechada).” (Lucas Mascarenhas de Miranda)
Germain Tobar e Fabio Costa, matemáticos, apresentaram recentemente uma solução que remove os paradoxos da viagem no tempo (revista Classical and Quantum Gravity): você poderia mudar o passado, mas o universo se autoajustaria e o futuro não seria afetado.
O que acho? Além da minha compreensão. Fico com meu precário presente e horizontes.