A arte de ser esposa, dona de casa e dama perfeita

MULHERES NA IDADE MÉDIA. – Ecologia dos Saberes

Le Ménagier de Paris é um manual com conselhos dados a uma dona de casa francesa medieval, com receitas culinárias jardinagem e convivência conjugal.

Escrito em 1393 por um cavalheiro para educar sua esposa, foi publicado pela primeira vez pelo barão Jérôme Pichon em 1846.

Um bondoso marido teria se sensibilizado com a inexperiência de sua jovem esposa.

“Tu, quando tinhas 15 anos, me pediste – na semana em que nos casamos – que queria aproveitar tua juventude com suas escassas e ingênuas atividades … pedindo-me humildemente, em nosso leito, que por amor de Deus eu não te corrigisse com rudeza na frente de nossos criados, antes que fizesse isso todas as noites, em nossa alcova, e assim te mostrasse as coisas impróprias ou fúteis … e que te castigaste se eu desejasse …”

Comovido, o marido fez o guia comportamental para sua inspirada esposa. Começa, lógico, com os ‘deveres da mulher para com o marido‘, a maior parte do livro. A esposa deveria ser:

  • carinhosa;
  • humilde;
  • obediente;
  • cuidadosa;
  • reflexiva em relação ao marido;
  • paciente (mesmo que o marido fosse tolo e permitisse que seu coração se perdesse em busca de outras mulheres) etc.

Em seguida, trazia exemplos bíblicos e emendava com os deveres religiosos da mulher.

Depois, a parte prática, econômica: os cuidados da casa, da cozinha, da horta …

Metódico, trazia o passo a passo diário da boa esposa:

  • Levanta-se mais cedo do que costumavam levantar as damas da época;
  • Lava-se (mãos e rosto);
  • Faz suas orações;
  • Veste-se com cuidado;
  • Vai à missa;
  • Retira-se da igreja (depois de se confessar);
  • Regressa a sua casa;
  • Verifica o trabalho dos servos;
  • Dá ordens ao mordomo (preparação do almoço e ceia);
  • Retira, com suas criadas, vestidos e peles de grandes arcas para estendê-los ao sol no jardim. As roupas são sacudidas e golpeadas com varas. Também são retiradas delas as pulgas;
  • Almoça às dez horas da manhã (principal refeição do dia). (…)
  • Ao cair da noite, ocorre o regresso do marido; então, providencia água quente para lavar os pés dele e sapatos confortáveis. (…)

Não tinha como errar!

Era assim. Por muito tempo. Ainda, com adaptações.

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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