
Durante a Segunda Guerra, Saint-Exupéry serviu como piloto de reconhecimento nas Forças Armadas francesas.
Antes, havia sido piloto civil, quando sofreu dois acidentes quase fatais. O primeiro, em 1935, na rota Paris-Saigon, seu avião cai no deserto da Líbia. Ele e o mecânico foram encontrados, quase mortos de sede por beduínos. Noutro, em 1938, quando fazia Nova York-Terra do Fogo, caiu na Guatemala, logo ao decolar. Este lhe deixou muitas sequelas.
Antes, como piloto de testes, sofreu um acidente no Mediterrâneo, em 1932, no qual quase perdeu a vida.
Mas, a aviação era ‘parte’ de sua personalidade.
“Tenho horror da literatura pela literatura. Por ter vivido ardentemente, pude escrever fatos concretos. Foi a profissão que delimitou meu dever de escritor.” (1942)
Como piloto de reconhecimento, no início da guerra, corre riscos que percebe como desperdício de vidas: o Estado-Maior francês se recusava a acreditar nos relatórios fornecidos pelas missões quase suicidas (baixa altitude em meio aos caças inimigos).
A França estava derrotada: a realidade contrariava as hipóteses oficiais, e o alto comando ficava com suas ‘possibilidades’.
“Sacrificam-se tripulações como se jogassem copos d’água no incêndio de uma floresta”, desabafa.
“Vivi outrora aventuras: a criação das linhas postais, a dissidência saariana, a América do Sul …
Mas a guerra não é uma verdadeira aventura, é só uma imitação de aventura … A guerra é uma doença.”
Vê o seu “território de infância” ser destruído, junto com as conexões que dão sentido a uma civilização:
“Morre-se por uma casa. Não por objetos ou por paredes. Morre-se por uma catedral. Não por pedras. Morre-se por um povo. Não por uma multidão. Morre-se pelo amor do Homem, se ele for o ponto de sustentação do conjunto de uma Comunidade. Morre-se unicamente por aquilo por que se pode viver.”
“