Não tem problema, nós pagamos a conta!

Nordeste bate novo recorde de energia solar com 675 megawatts
(Energia solar, no Nordeste)

Kamyla Borges, do Instituto Clima e Sociedade, observa que o Brasil é a única economia do G20 cujo consumo de energia cresce mais que a produção econômica. Razão: nossas geladeiras e outros aparelhos elétricos estão defasados em relação aos avanços tecnológicos implantados mundo afora; consomem muita energia, alimentados pela ilusão de que temos abundância de energia elétrica. A mesma lógica que evita o desperdício com água tratada.

O governo das pequenas coisas se chateia com a tomada de três pinos, com razão, além do uso de extintor e bancos infantis em carros, sem muita razão. Mas, sobre eficiência energética, não se fala. Sobre a nova fase do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos), que as montadoras dizem que não tiveram tempo de iniciar o processo, deixa para STF decidir, para depois criticar.

Resultado: a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) acionou a bandeira vermelha no sistema tarifário, em virtude da diminuição dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas no Sudeste e Sul do Brasil.

Mesmo o Nordeste, com quase autossuficiência em geração de energia eólica e solar, entram no bolo.

Os 22 dias de incompetência no Amapá também serão pagos por todos nós. Estamos aí.

Alguém está analisando o ciclo de chuvas no Sul e Sudeste e se é consequência do desmatamento lá em cima?

O país, em 2019, tinha uma potência de 170 mil MW, sendo mais de 75% a partir de fontes renováveis.

Atualmente, a matriz energética no Brasil é originada majoritariamente de fontes renováveis, liderada pela hidrelétrica (63,8%), seguida de eólica (9,3%), biomassa e biogás (8,9%) e solar centralizada (1,4%).

De qualquer forma, a saída é a mais fácil: ligam-se as termelétricas, solução ‘provisória’ adotada em 2001, quando houve o “apagão”. Quem lembra? Uma solução brasileira, onde o provisório é definitivo. O jeitinho fica.

No começo da década passada, mudanças na regra do sistema elétrico fez com que novas térmicas voltassem a ser competitivas em leilões. Só que a energia que geram é mais cara do que a das hidrelétricas e eólicas. O sistema ganhou as bandeiras tarifárias para remunerar as térmicas quando fossem acionadas. Está resolvido!

O resultado disso é sentido por todos: a conta de luz fica mais cara e a perspectiva é que ela continue assim, prejudicando renda, empregos e inovações.

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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