
Ronald David Laing (1927-1989), foi um psiquiatra e psicanalista escocês, preocupado com o tratamento disponibilizado às pessoas diagnosticadas como psicóticas: face a uma pessoa “o seu tratamento é a forma como eu a trato”.
O paciente deveria ser tratado como uma pessoa.
“O que pensamos é menos do que sabemos;
o que sabemos é menos do que amamos;
o que amamos é muito menos do que existe;
e nesta concreta extensão, somos muito menos do que somos.”
Laing foi um crítico radical do poder psiquiátrico e das práticas de eletrochoque e das lobotomias, bem como de todas as formas de tratamento que não correspondessem aos desejos dos pacientes.
Entendia que as doenças mentais não são um fenômeno simplesmente biológico, mas desenvolvidas por meio de interações sociais, culturais e familiares dificultosas.
Seria possível considerar o comportamento de qualquer pessoa como um conjunto de sinais de doença ou como expressão da sua existência.
Para ele, “a psicopatologia seria muito mais uma questão de um vivido que não é compreensível para os outros com quem o indivíduo estabelece as suas relações interpessoais. E não seria compreensível porque essa experiência de ser e do mundo que o indivíduo tido como portador de uma qualquer patologia nos traz, rompe com o que é permitido experienciar-se, com o que é dizível dentro do grupo social: ele diz o que não se pode dizer e faz o que não se pode fazer. A psicopatologia seria o que escapa à compreensão.” (Guiomar Gabriel e José A. Carvalho Teixeira)
Ficou conhecido por divulgar a “antipsiquiatria“, termo criado por David Cooper.
“A existência é uma chama que constantemente ataca e revivifica as nossas teorias.
O pensamento existencial não oferece qualquer segurança, nenhum abrigo ao sem-abrigo.
Não se dirige a ninguém, salvo a vocês e a mim.
Encontra a sua justificação quando, por cima do abismo das nossas linguagens, dos nossos erros, dos nossos devaneios e das nossas perversidades, fazemos, na comunicação com outrem, a experiência de uma relação estabelecida, perdida, destruída ou reencontrada.
Esperamos partilhar a experiência de uma relação, mas o único ponto de partida honesto (e talvez o único fim) é talvez partilhar a experiência da ausência de relação. (Ronald D. Laing, 1972)
O tema é bastante difícil. Hoje foi-se abolido, salvo em atos de covarde e servageria, certos atos são considerados torturas. Hoje o tratamento é nao com empregogo de meios obscuros . A mente e o psique precisam mais de palavras e suavidade face ao obscurantistismo de outrora pelos metodos velhos e obsoletos. A mente é um órgão como outro que precisa ser tratado com atenção como “o todo do corpo”.
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