
Malthus (1766-1834) dizia que nada, nada, poderia ser feito para melhorar a situação dos pobres, pois a razão pela qual as classes trabalhadoras eram pobres não estava nos lucros excessivos, mas no fato de que a população aumenta mais depressa do que a subsistência.
A morte (epidemias, pestes, pragas, guerras e fome) tinha um papel ‘distributivo’ ao reduzir a taxa de crescimento demográfico para gerar uma harmonia com o suprimento de alimentos.
Para David Ricardo, “o preço ‘natural’ do trabalho depende do preço do alimento, necessidade e conveniências necessárias à manutenção do trabalhador e sua família. Com um aumento no preço dos alimentos e das necessidades, o preço natural do trabalho se eleva. Com a queda, o preço natural do trabalho cai.”
Nassau Senior elaborou uma doutrina ‘provando’ que as horas de trabalho não podiam ser reduzidas porque o lucro obtido pelo empregador vinha da ‘última hora de trabalho’!.
John Stuart Mill corroborou a ‘doutrina’. Depois, retratou-se (1869): “… essa doutrina é destituída de base científica e deve ser posta de lado.” Honesto.
Francis Walker (em 1876) a destruiu.
“Uma teoria popular de salários baseia-se na suposição de que os salários são pagos com o capital, com os resultados obtidos pela indústria no passado. (…) sustento que os salários são pagos com o produto da atual indústria …” (Francis Walker)
Em 1867, surge o Capital, de Marx.
Finalmente, em 1873, um dos mais destacados economistas da época, John Elliot Cairnes, reconhece que os trabalhadores tinham razão de desconfiar da ‘ciência’ da Economia:
“A Economia Política surge muito frequentemente, em especial quando aborda as classes trabalhadoras, com a aparência de um código dogmático de regras rígidas … exigindo dos homens não exame, mas obediência. (…)
Quando se diz a um trabalhador que a Economia ‘condena’ as greves, olha com desconfiança as propostas de limitação do dia de trabalho, mas ‘prova’ a acumulação de capital e ‘sanciona’ a taxa de salários do mercado …
Não parece absurdo que esse novo código venha a ser considerado com desconfiança, como sistema possivelmente concebido no interesse dos empregadores, e que é dever dos trabalhadores esclarecidos simplesmente repudiar e negar.”
Esses são alguns dogmas da chamada Economia Clássica, repaginados pelos liberais e neoliberais. Sempre desconfio de ‘dogmas’; algum interesse há.
(Fonte principal: Leo Huberman, ‘História da Riqueza do Homem’)
A economia com a “devida venia” é ciencia das elites. Ela não aborda as classes trabalhadoras. Senão a dominação dos mais fracos em numeros e algoritimos. A economia não faz questão da analise dos pobres. E sim das classes dominantes e poderosas. Ex. Empresários, banqueiros. Etc.
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