
17 de dezembro de 1770. Ludwig van Beethoven, segundo filho de Johann van Beethoven e Maria Magdalena Keverich Leym, é batizado em Bonn. Provavelmente, nasceu no dia anterior, 16 de dezembro.
Na próxima quinta-feira, portanto, o mundo comemorará os 250 anos de nascimento desse gênio.
Tenho escrito sobre esta data, porque admiro muito sua obra.
Gênio, não só por músicas que nos transportam e procuram nos dizer mais a respeito de nós mesmos, mas também pela capacidade inovativa, transgressiva até.
E. T. A. Hoffmann, um dos maiores nomes da literatura fantástica mundial, seu contemporâneo, dizia que “Beethoven carrega o espírito romântico da música no fundo da alma, e com que genialidade, com que sentimento profundo de autocontrole, de serenidade, ele anima cada obra!” Para ele, a Quinta Sinfonia tem a capacidade de transportar o ouvinte ao “reino do infinito”.
Hoffmann reconhecia que Beethoven produzia uma música de uma ordem mais elevada, música de um espírito acima da maioria dos músicos da época.
“Como se tornou moda utilizar a música apenas como divertimento secundário, para eliminar o enfado, tudo agora precisa ser leve, agradável, divertido – ou seja, sem qualquer significado ou profundidade.
Infelizmente, existem no mundo muitos compositores que seguem o espírito da época, e portanto existem muitos prazeres fáceis disponíveis.
Além disso, muitos músicos razoavelmente decentes queixam-se das dificuldades para compreender as obras de Beethoven, e até mesmo de Mozart, isso, entretanto, deve-se a uma imbecilidade subjetiva que não lhes permite perceber ou apossar-se do conjunto em suas partes.
Em vez disso, elogiam a clareza de composições medíocres.” (E.T.A. Hoffmann)