
O Nim tem a capacidade (sementes, frutos, folhas e cascas) de fornecer substâncias para o desenvolvimento de produtos contra a manifestação de pragas. Seus extratos impedem ou inibem a atividade alimentar dos insetos. É recomendado, principalmente, para o controle de moscas-brancas, tripes (“verme da madeira”), cochonilhas, lagartas e besouros. É biodegradável e não tóxico para mamíferos.
Assim como ele, há vários outros fitopesticidas com eficácias conhecidas. De uma forma geral, são facilmente biodegradáveis, suas fontes estão disponíveis na natureza, e têm baixa toxicidade para organismos que não sejam os alvos. Alguns:
- Rotenona (timbós) – pulgões, algumas espécies de besouros e vespões.;
- Nicotina – pulgões, moscas-brancas, cigarrinha e tripes;
- Piretrinas – piolhos e moscas;
- Veratrina – inseticida (perigosas para as abelhas);
- Rianodina – lagartas, ácaros e besouros (tem toxicidade moderada);
- Óleo da casca de laranja (limoneno) – mosca-negra-dos-citros;
- Capsaicina (pimenta dedo-de-moça) – gorgulho-do-milho, ácaro vermelho, pulgão;
- Taninos – fungicidas;
- Cinamaldeido (cascas de canela) – fungos e insetos.
Não para por aí. Há um mundo de possibilidades nos nossos seis biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal).
Além dos fitopesticidas há o chamado “controle biológico“, o combate a partir do uso de inimigos naturais, que podem ser outros insetos benéficos, predadores, parasitoides, e microrganismos, como fungos, vírus e bactérias.
Temos a maior biodiversidade do planeta. Transformar esse potencial em riquezas requer pesquisas e tecnologias nesta área.
Quais são os maiores desafios para os fitopesticidas? Garantir uma oferta constante e padronização.
“Talvez o maior desafio ainda seja a resistência dos agricultores a usarem os pesticidas à base de plantas, uma vez que existe o consenso de que os agrotóxicos sintéticos são mais eficazes, propaganda estimulada pela indústria agroquímica”, diz Leopoldo Baratto.
Assim, das quase 500 substâncias registradas na Anvisa como agrotóxicos, apenas 49 são classificadas como produtos biológicos.
(Fonte: Leopoldo Baratto)