
“Se você contar os votos legais, eu ganho facilmente”, disse o presidente Trump. Os ilegais são, por uma questão de lógica, os que não o elegem. Por isso, ele está questionando a votação apenas nos Estados nos quais perdeu ou pode perder.
É patético!
Alexander Hamilton ressaltava, em 1787 (ano da promulgação da Constituição americana), que muita coisa estava em jogo: a decisão incorreta sobre os termos da Constituição resultaria numa “desgraça para a humanidade”. De forma chauvinista, acreditava que os Estados Unidos eram um experimento em ciência política que marcaria uma nova era na história dos governos.
“A questão principal era: uma sociedade pode ser governada pela ‘reflexão’ e pela ‘eleição’, pela ‘razão’ e pela ‘verdade’, e não por acidente e violência, por preconceito e embuste? O povo seria capaz de governar a si próprio de forma justa e honesta, exercitando o bom senso e a responsabilidade? Ou seus esforços estariam fadados a ser corrompidos, seu bom senso anuviado pela demagogia, e sua razão abandonada pela fúria?” (Jill Lepore)
Ver um presidente americano, no exercício do mandato, jogar no lixo a legitimidade do processo democrático é espantoso, embora houvesse essa expectativa!
O presidente brasileiro anota todas as táticas de contestação do sistema democrático, talvez para replicar aqui. O primeiro passo é voltarmos às cédulas eleitorais.