
Huberto Rohden (1893-1981) foi um educador, teólogo e pensador brasileiro.
Defendia uma espiritualidade laica, ecumênica e universalista, o exercício contínuo do autoconhecimento e a autoeducação. Teve 65 livros publicados. Suas criticas ao eclesiasticismo e ao clericalismo foram repudiadas pela Igreja, o que o levou a abandonar o ministério sacerdotal em 1943. Deixou a Igreja católica e o Cristianismo como religião revelada. Ficou livre das amarras ‘teológicas’.
Nos Estados Unidos, onde foi professor, foi iniciado em Kiriya Yoga por Sawami Premananda.
Para explicar Deus, Rohden recorria à filosofia e à teologia de várias religiões.
Ele concordava com Sarvepalli Radhakrisnan, vice-presidente da Índia no tempo de Nehru, para quem o cristianismo de Cristo é essencialmente uma experiência mística individual, que se manifesta em vivência ética social.
E, também, com Gandhi, que respondeu aos missionários cristãos que o queriam converter: “Aceito o Cristo e seu Evangelho, não aceito o vosso cristianismo.”
“A mensagem de Cristo era tão inaudita novidade que a sinagoga de Israel, amiga das coisas velhas, viu no Cristo o pior inimigo de Deus e da religião. (…)
Constantino fez a Igreja cristã dar uma reviravolta, do Evangelho do Cristo para a Torá de Moisés.” (Rohden)
A Igreja católica era, na sua visão, tipicamente agostiniano-tomista, ou seja, ritualista-escolástica. “O outro setor da Igreja cristã, embora se diga evangélico, é sobretudo bíblico-paulino, baseado nas epístolas de Paulo e na reforma de Lutero. Não tiveram a coragem de voltar até ao Evangelho de Cristo, à experiência crística sem teologia humana. Estagnaram em teologias humanas.”
“O mundo é eterno e infinito em sua causa ou essência, porém temporário e finito em seus efeitos ou existência.”