
Em janeiro de 1874, três cientistas materialistas e uma romancista compareceram a uma sessão de espiritismo, muito em voga no final do século. Eram Charles Darwin, seu irmão Erasmus, seu primo Francis Galton, um dos fundadores da psicologia (e também da eugenia) e, George Eliot. Queriam impedir a ascensão do espiritismo, que viam como possível impedimento da ciência; era necessário rejeitar as “superstições”.
Darwin concluiu que “… quanto mais eu pensava no que ocorreu naquela sessão, mais convencido ficava de que tudo tinha sido impostura.”
Na mesma reunião também estava Fredric W. H. Myers, que viria a fundar a Sociedade para Pesquisa Psíquica. Foi ele quem cunhou o termo “telepatia” que substituiu a expressão anterior “transferência de pensamento”, usada pelo físico William Barrett.
Entretanto, apesar de a ciência ter abandonado o ‘racionalismo’ e as ideias de ‘princípios fundamentais’, pondo a observação e as experiências em primeiro lugar – mesmo quando os resultados aparentam ser impossíveis -, ela ainda não aceita a telepatia e outras “percepções extra-sensoriais”.
São consideradas pseudociências, embora muitas pesquisas, como por exemplo, as conduzidas pelo pesquisador Joseph Banks Rhine – um biólogo que se interessou pela parapsicologia – o levaram a afirmar que a “mente pode escapar dos limites corporais sob certas condições….”
Myers era amigo de William James, filósofo e primeira pessoa a oferecer um curso de psicologia nos Estados Unidos. Combinaram “que um dos dois que morresse primeiro deveria mandar uma mensagem para o outro”. Myers morreu em 1901; James estava com ele e ficou, depois, esperando pelo contato. Não veio.