Um berço de inovações

Royal Caribbean | Shenzhen, China
(Shenzhen)

Shenzhen, no sudeste da China, era uma vila de pescadores, quarenta anos atrás. Em 1980, Shenzhen foi estabelecida como a primeira ‘zona econômica especial’ da China. Lá, começaram a produzir cópias baratas de toca-fitas e calculadoras; atualmente, é conhecida como a ‘fábrica do mundo’ e ‘Vale do Silício’ chinês.

Alguns se surpreendem. Desconhecem a capacidade inventiva e empreendedora dos chineses. Há muitos preconceitos e ideias ultrapassadas sobre a China, como achar que um regime fechado, sem liberdade de expressão e livre fluxo de ideias nunca poderia ser um berço de inovações. A Harvard Business Review publicou, há uns seis anos, um artigo questionando por que a China não conseguia inovar. Ora, porque não querem aceitar que a China inova. No ano passado, ela ultrapassou os EUA em pedidos de patentes.

Muitos até ignoram que os três principais inventos que mais contribuíram para mudar o mundo, na opinião de Francis Bacon, nasceram lá: a bússola, a pólvora e a imprensa.

Mas, a China não inventou só isso. Coisas prosaicas como o carrinho de mão, o papel higiênico e o xadrez, por exemplo, vieram de lá. A lista é enorme. Coisas que se imagina que são ‘ocidentais’, são chinesas.

Também o baralho, o tambor afinado (tímpano), a porcelana, o estribo e as correias de peitoral para cavalos, a suspensão cardã (apesar de levar o nome de Gerolamo Cardano), o guarda-chuva, a roca, a pipa, o molinete de pesca, a técnica de arco segmentar para a construção de pontes, as correntes, o ferro forjado, a geobotânica e ciências do solo, a imunização contra a varíola, a ponte pênsil …

Joseph Needham, excêntrico bioquímico inglês (falava russo, alemão, grego, francês, italiano e chinês), passou cinco anos na China durante a Segunda Guerra estudando a ‘cultura’ chinesa. Dedicou o resto de sua vida a listar as invenções mecânicas e ideias abstratas que haviam sido concebidas ou realizadas pela primeira vez na China. Uma enciclopédia de 15 volumes. Morreu aos 94 anos, em 1995.

(Joseph Needham)

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: