
“Demoramos muito tempo para perceber nossa identidade planetária …
A história avançou pelo lado ruim. (Karl Marx)
A ancestral e difícil luta pela sobrevivência foi se transformando em um louco esforço para se dominar a natureza. Louco, porque a parte não pode dominar o todo. A solução, de colocar o humano à parte (acima) da natureza – a religião fortaleceu essa ideia – é esquizofrênica. Somos só uma espécie, um inquilino, e, nos tornamos um parasita. Logo seremos só história. Povos se autodestroem, agora será toda uma espécie, o Sapiens.
Ainda consideramos a natureza sem considerar a humanidade como parte dela! A natureza, passou a ser serva, passou a ser uma fonte aparentemente inesgotável de recursos – o que sabemos que não é sustentável.
Ailton Krenak é um líder indígena. Muitos riem dele, porque é índio. Mas, é cada vez mais ouvido, mundo afora. Ele defende a floresta e seus povos.
Critica nossa visão restrita de humanidade, que deixa de fora outros seres e entidades que povoam o mundo e que expulsa para as margens os povos minoritários, como os caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes … Além de discriminar os ‘diferentes’ por raça, gênero, região, nível de renda … Querem ser únicos; acabarão sós; melhor, acabarão.
Esse etnocentrismo nos conduz a ações que levam à destruição progressiva da Terra com “a ilusão de que vamos continuar existindo, acreditando que saberemos transformar a crise em oportunidade.”
“Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante, muito piores do que esse vírus que está sendo demonizado como a praga que veio para comer o mundo. Somos nós a praga que veio devorar o mundo.” (Krenak)
“O modo de ser da chamada ‘civilização ocidental’ é o de uma ‘civilização viral’.” (Claude Lévi-Strauss)
“Como os vírus, a nossa civilização atua impondo às outras civilizações os seus próprios códigos, destruindo os seus suportes materiais e suas bases culturais, forçando-as a se tornarem iguais a ela”. (Krenak)
No seu último livro, “A vida não é útil”, pergunta: “quantas Terras a gente precisa consumir até entender que está no caminho errado?”