Sobre a China

World Report 2020: China | Human Rights Watch
(Manifestantes marcham pelas ruas de Hong Kong durante uma manifestação contra a proposta de lei de extradição, em junho de 2019)

“Em 1949, somente o socialismo poderia salvar a China; em 1979, somente o capitalismo poderia salvar a China; em 1989, somente a China poderia salvar o socialismo; em 2009, somente a China poderia salvar o capitalismo …” (Dito popular na China)

Nós, brasileiros, conhecemos pouco sobre a China. Também sobre nós mesmos, mas falemos da China. Ela está determinada a assumir um papel de liderança no mundo, queiramos – gostemos – ou não.

Seu regime político – uma ditadura para os “padrões” ocidentais – caracterizado por um partido único (ainda intitulado Comunista), não faria sentido com o sistema capitalista. Porém, o híbrido arranjo está funcionando. E, salvo manifestações locais (Hong Kong, principalmente), a população está quieta, sem maiores preocupações com “liberdade”.

Enquanto a economia crescer a um ritmo que permita a inclusão crescente de parcelas da população na entusiasmada ‘classe média’, não haverá pressões por valores ocidentais, como liberdade de expressão, representação política etc. O Partido tem uma obsessão: um país incrivelmente próspero, porém harmoniosamente pacífico.

Ignorar ou, pior, tentar menosprezar o povo chinês não é uma opção sensata. Em geopolítica, inimigos devem ser os agressores, não os que buscam parcerias. Quais são as pretensões da China? Não sabemos, mas ela não tem tradição expansionista (o Tibete é uma situação especial) e retomou, nas últimas décadas, seu papel no fluxo internacional do comércio.

Ela foi governada por imperadores por mais de 3.500 anos, mas sempre apegada a tradições. A república (1912) e o domínio comunista (1949) não dissolveram sua cultura, com predomínio do taoismo e confucionismo (embora este tenha sido considerado como reacionário durante a Revolução Cultural, retornou depois).

A educação é prioridade e, o apreço quase obsessivo pelo ensino é um valor compartilhado pelos chineses. As crianças tem aulas em período integral e muitas têm aulas particulares de reforço nos finais de semana. É importante obter uma boa nota no ‘gao kao’, o exame nacional de admissão às universidades; melhor desempenho significa melhor universidade.

Todos são obrigados a frequentar a escola por nove anos, de forma ‘gratuita’, porém cada um paga conforme suas possibilidades – e, o Estado só dá os livros; transporte, uniforme e alimentação são pagos. O ensino médio é pago, mesmo nas escolas públicas.

Não há um SUS na China. As famílias poupam e poupam para eventualidades médicas (além da educação dos filhos, sua aposentadoria) e, procuram se manter em forma, como prevenção. Mesmo os hospitais públicos, cobram seus pacientes quando atendidos. Liberalismo radical, não?

É outra mentalidade, outra cultura. Até a entrada em parques ‘públicos’ é paga (custo simbólico), exceto para os aposentados!

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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