
O Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), entre outras medidas de ‘desregulamentação’, decidiu por acabar com as regras de proteção a restingas e manguezais. Só de mangues são cerca de 1,2 milhões de hectares em quase todo o litoral brasileiro. O pessoal da carcinicultura (camarões criados em viveiros) e do setor imobiliário não reclamarão.
O que falar? A boiada não foi para o brejo; foi para o mangue. Nos anos 90, nascia em Recife o movimento ‘manguebeat‘, cujas letras eram críticas ao abandono social dos ‘moradores’ do mangue.
Para o ministro à frente da pasta do MMA, florestas e matas são coisas idílicas, não levam o país para a frente. “É preciso criar emprego lá”, afirma.
Bruno Latour criou o termo ‘climato-quietistas‘ para se referir àqueles que ficam indiferentes ao processo de mutação climática; àqueles que esperam que “tudo acabe se resolvendo no final …”
O climato-quietismo é uma modalidade de negacionismo na qual seus adeptos se mantêm impassíveis diante das notícias do colapso climático, imaginando que a coisa não é tão grave assim ou, que alguma solução mágica surgirá.
O ‘quietismo’ é uma referência à tradição religiosa na qual os fiéis confiavam a Deus o cuidado com sua salvação.
Ficar quieto e olhar a boiada passar não é o que a nação espera. Aqui não é Pamplona e nem somos fiéis de São Firmino.