Hipocrisia e a mentira entronada

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(João XXIII)

“A convivência entre os seres humanos só poderá, pois, ser considerada bem constituída, fecunda e conforme à dignidade humana, quando fundada sobre a verdade, como adverte o apóstolo Paulo: ‘Abandonai a mentira e falai a verdade cada um ao seu próximo, porque somos membros uns dos outros’ (Ef 4,25)

Este é o início do capítulo 35 (Convivência fundada sobre a verdade, a justiça, o amor a liberdade) da encíclica Pacem in Terris, de João XXIII.

A mentira é o novo valor nesses tempos. Há uma adesão cínica às suas manifestações. Falsidades, ‘inverdades’, notícias falsas, calúnias, hipocrisia, enganos, fraudes, imposturas, farsas … tudo contribui para a necessidade de se manter o poder.

Diabo, o pai da mentira na tradição cristã, deriva de ‘diabolus‘, que significa ‘caluniador’.

A hipocrisia é a mais comum das farsas; o fingimento, o ‘faz-de-conta’, o que não faz o que prega. A maioria dos políticos a assumiu, assim como alguns ‘religiosos’. São os novos sofistas. A diferença é que enquanto os sofistas rejeitavam e distorciam a verdade, os novos elegem a mentira, descaradamente.

Goebbels dizia que “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Hitler, concordava e declarou que “As massas acreditam muito mais facilmente numa grande mentira do que numa pequena”. Essa é a raiz das teorias das conspirações e dos pronunciamentos e atitudes “incoerentes” de governantes que assistimos hoje; estratagemas mais sofisticados do que a inocente “astúcia” pregada por Maquiavel.

“Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos.

Sustentar a simulação e a mentira como expedientes usuais na arena política é desconhecer a importância estratégica que a confiança desempenha na pluralidade da interação humana democrática. A confiança requer a boa-fé que pressupõe a veracidade.” (Celso Lafer)

Voltando à hipocrisia, ao farisaísmo, ou seja, à maneira dissimulada e fingida no comportamento, convém lembrar que o próprio Jesus afirmava que as pessoas serão avaliadas apenas por suas ações ‘concretas’ ligadas à solidariedade humana: “… cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.” (Mt 25:40)

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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