
Em janeiro de 1945, Czeslaw Milosz foi guiado por uma jovem que portava uma submetralhadora. Estava liberado do domínio da Alemanha. Passava ao domínio da Rússia. Ele seria, então, um dos milhões de europeus a ser “libertados e educados”.
Mudar de tirano era dito como ‘libertação’. Doutrinação política era ‘educação’.
As palavras vão à frente, numa primeira – e contínua – tentativa de subordinação.
“O gênio indomável que surge uma vez ou outra não significa nenhuma ameaça, pois a paz é rapidamente restituída após as prisões em massa de todos os participantes. Eles são, todavia, sinais luminosos de que o descontentamento chegou a um nível de tensão que encontra uma válvula de escape apenas nos atos desesperados. Um ataque requer o mínimo de organização. Nada torna os dialéticos do partido mais preocupados do que isso. Os trabalhadores são a única classe capaz de uma ação organizada. Nenhuma ação, contudo, é possível sem a presença de um líder. Se os líderes ponderam corretamente, ou seja, entendem as necessidades do processo histórico, então os trabalhadores como massa não serão capazes de protestar.”
O povo como massa, não pensa, se deixa conduzir pelos líderes, para o bem ou para o mal.
A ilusão do intelectual é achar que o povo pensa, embora espere que não pense.