Erico Verissimo foi, nos anos 50, diretor do Departamento de Assuntos Culturais da OEA.
Seus discursos mostram da sua independência e insubmissão a correntes políticas. Criticava os que rotulavam como comunistas qualquer um que defendesse igualdade social. Segundo ele, “não só atrás da Cortina de Ferro, mas nos países democráticos, intelectuais são encarados com desconfiança e má vontade por políticos reacionários e grandes empresários, que os consideram elemento perturbador.”
Defendia a erradicação do analfabetismo e o acesso a alimentos e serviços de saúde.
Morreu em 1975. Não teria paciência para os tempos atuais.
“Seria um triste erro fazer nossos países seguirem a trilha dos Estados Unidos e se tornarem capitalistas. Espero que um dia possamos alcançar um tipo de socialismo cristão moderado, pleno de liberdade social. Para esse fim, é necessário que os raros felizes desistam daquilo que constitui luxo, para que a maioria possa ter o essencial.”
“Aqueles que favorecem governos autoritários entre nós costumam dizer que um país de ‘mestizos‘ não pode ser governado democraticamente. Eu me ressinto disso. Primeiro, da implicação de que um mestiço é um ser inferior. E, o único modo de alcançar uma democracia perfeita é pelo estágio intermediário da nossa atual democracia imperfeita.”