
1822. O Brasil torna-se independente de Portugal. Comemora-se no dia 7 de setembro, dia do grito no Ipiranga, mas a data oficial seria 12 de outubro, quando se deu a elevação oficial do país à condição de Império e a aclamação de D. Pedro como seu primeiro imperador.
Em seguida, membros da comunidade mercantil angolana criaram uma facção sediciosa e separatista de Portugal (e aderindo ao Brasil), chamado ‘partido brasileiro (brasílico)’. Seus interesses estavam nos portos do Rio de Janeiro e Pernambuco: comércio de escravos.
Também nas ilhas de Cabo Verde houve um movimento de adesão ao novo império brasileiro, logo abafado pelos mandatários portugueses.
O mesmo ocorreu em Moçambique, onde seu governador-geral denunciava a “atuação de um bando de brasileiros que havia desertado dos Batalhões da Cidade e, não satisfeitos em tornarem-se ladrões de estradas, também declararam a província unida ao Brasil, sob a alegação de que ela não tinha relação alguma com Portugal.”
Sobre Angola:
“Angola sempre foi mais ligada ao Brasil do que a Portugal. Foi o Rio de Janeiro que a libertou do domínio holandês; dos seus três deputados às Cortes Constituintes Gerais de Lisboa, dois bandearam-se para o Brasil; em 1822 foi no Rio que se lançaram as proclamações pela ‘desprezada Angola’ e, logo em seguida os movimentos rebeldes de Luanda e Benguela visaram ligá-la ao Brasil.” (José Honório Rodrigues)
Angola só não foi realmente anexada àquele tempo ao Brasil, em razão de D. Pedro I ter
concordado com a cláusula do Tratado de Aliança e Amizade de 1825, que o proibia aceitar as pretensões de quaisquer colônias de Portugal de virem a se juntar ao Império do Brasil.
Os interesses comerciais (escravidão) poderiam ter tornado o Brasil um país colonialista, muito antes da partilha oficial da África, em 1876, a partir da AIA (Associação Internacional Africana).
Imaginem! Se nem conseguimos nos administrar, como faríamos com as colônias?
existir em todo o Reino “um numeroso partido a fazer
causa comum com o Brasil, pondo-se de baixo da sua proteção”. Tal
partido, segue o relato de Avelino Dias, “é principalmente dirigido por
alguns homens ricos, cujos interesses estão intimamente ligados com o
comércio da escravatura para os Portos do Rio de Janeiro e Pernambuco”.
O Brasil já vive em verdadeira discriminação racial. Imagine se esses países tivessem agregados ao nosso , talvez até hoje estariam escravizados.
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