
O dadaísmo surgiu em 1916. Artistas descrentes de uma sociedade responsável pelos desastres da Primeira Guerra Mundial decidiram romper com os valores e princípios estabelecidos, inclusive os artísticos. A palavra ‘dadá‘ significava apenas a própria falta de significado. Nihilistas, irracionais e, às vezes, subversivos, os dadaístas romperam com as formas e o conceito da arte. O absurdo, o caos e a desordem haviam mostrado suas ascendências sobre a história.
Hans Arp: “Em Zurique, em 1915, quando perdemos o interesse pelas carnificinas da guerra mundial, entregamos-nos às belas-artes. Enquanto ao longe troavam os canhões, nós cantávamos, pintávamos, colávamos e fazíamos poesia a mais não poder, pondo a alma inteira nisso”.
Lá, no Cabaret Voltaire, nasceria o dadaísmo.
Pensamento dadaísta:
“Mais pintores não, mais literatos não, mais músicos não, mais escultores não, mais religiões não, mais republicanos não, mais realistas não, mais imperialistas não, mais anarquistas não, mais socialistas não, mais bolcheviques não, mais políticos não, mais proletários não, mais democratas não, mais burgueses não, mais aristocratas não, mais armas não, mais política não, mais pátrias não, enfim chega de todas as imbecilidades. Mais nada, mais nada, nada, nada, nada” (Picabia)

Receita para fazer um poema Dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pensa dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Depois, recorte cuidadosamente todas as palavras que formam o artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Seguidamente, tire os recortes um por um.
Copie conscienciosamente pela ordem em que saem do saco.
O poema será parecido consigo.
E pronto: será um escritor infinitamente original e duma adorável sensibilidade, embora incompreendido pelo vulgo. (Tristan Tzara)