Renart, o raposo

A fábula Renart, o raposo, é uma das mais originais da Idade Média, apesar de ser inspirada na de Esopo. É o típico enganador, malandro – figura universal. Uma alusão a Métis, a deusa da astúcia (também da prudência, saúde, virtudes e proteção). Métis, a que tentou engabelar Zeus e se deu mal – Zeus a engoliu, o que gerou Atena, extraída da sua cabeça.

A raposa simbolizava a artimanha e a ambiguidade. Renart torna-se amigo do rei, o leão. Mas, ora é vassalo, ora é contestador e acaba por usurpar o poder do leão. Seu tio, o lobo Isengrim, gosta de humilha-lo. O lobo é perverso e, como tal, imbecil e cruel. Termina sendo devorado por porcos.

A fábula foi criado por vários autores, principalmente clérigos, entre 1170 e 1250.

Renart é ruivo, cor estigmatizada como sendo do mal e, sua diversão é fazer trapaças. Apesar disso, a população o via como uma espécie de herói, porque se via representada nalgumas de suas ciladas.

Com o passar dos séculos, sua imagem foi sendo alterada para uma espécie ‘diabólica’, um embusteiro.

La Fontaine (século XVII) colocou Renart em várias de suas fábulas, um pouco mais ‘humanizado’.

Na literatura francesa, muitas obras foram dedicadas a Renart, “um ser duplo e ambivalente que fascina, encontrando-se entre natureza e cultura, entre o bem e o mal.” (Maurice Genevoix)

Finalmente, Renart se torna o justiceiro mascarado, o ‘Zorro’, raposa em espanhol.

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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