
Margaret Mee morreu na Inglaterra em 1988, em um acidente de automóvel. Dedicara sua vida à documentação e à defesa da biodiversidade da flora brasileira e à conservação de seus ecossistemas. Seus desenhos e pinturas, feitos com grande habilidade e enorme quantidade de detalhes, foram essenciais para o bom desenvolvimento do conhecimento botânico no Brasil.
Em suas obras, registrava o maior número possível de espécies brasileiras raras de plantas; temia que essa flora tão rica pudesse vir a ser esquecida devido ao desmatamento intenso nos variados biomas brasileiros. Para tanto, Margaret tentava sempre registrar em suas obras, além do hábito e forma geral da planta, o ambiente em que ela estava inserida, com o objetivo de afirmar a ideia de que para cada planta existe um habitat e condições ambientais específicas, sem as quais ela não poderia sobreviver, e, portanto, o desmatamento constante que ela observava deveria ser impedido.
Em 1988, na sua 15ª expedição à floresta, e última, aos 79 anos, foi à busca da “flor da lua”, uma espécie de cacto que só floresce à noite.

Margaret tornou-se uma das maiores ilustradoras botânicas do século 20.
“Entramos na floresta sozinhas, seduzidas por um campo de plantas maravilhosas: pontas brilhantes e vermelhas de Heliconia glauca […] e a bela orquídea Gongora maculata, com sua longa inflorescência e seu poderoso perfume aromático, equivalente a centenas de lírios.”
“Margaret era uma ecologista quando esse termo ainda nem existia e defender a natureza não estava na moda”, conta Gilberto Castro, seu barqueiro.
Em 1989, seu marido foi ao Amazonas cumprir o último desejo da esposa: lançar suas cinzas sobre as águas escuras do rio Negro. Continua uma guardiã da floresta.
Quantas espécies da flora e da fauna fora extintas. O altruísmo é inerente de cada ser de um coração gigante. Veja que à época dela já se preocupava com a bio-diversidade. Muito bom.
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