
“A mentira é, talvez, a única manifestação humana que necessita de palavras. O resto, a alegria, a tristeza, o espanto, as desilusões ou as esperanças, são emoções que não necessitam de palavras.” (Marcel Marceau)
Sim, mas o verdadeiro esperto assume papel de otário. E isso requer um ‘jeu de scène’, que poucos têm.
Em 1872, Philip Arnold e seu primo, John Slack, cometeram uma das maiores fraudes no mundo. Sem subornar nenhuma pessoa, Arnold e Slack compraram alguns diamantes e os espalharam num terreno de Wyoming. Depois, difundiram que tinham descoberto a maior mina de diamantes nas Américas.

Logo, o financista Asbury Harpending recebeu um telegrama do dono do Banco da Califórnia, William Ralston: uma gigantesca mina de diamantes havia sido descoberta!
Harpending desconfiou e foi trocar uma ideia com o barão Rothschild, supondo que fosse uma brincadeira (há pouco tempo, as minas na África do Sul haviam sido descobertas). Este ponderou: “… a América é muito grande … talvez guarde outras surpresas.”
Bom, Harpending correu para San Francisco, contratou peritos e o melhor técnico em mineração, e deu um jeito de se certificar. Os peritos encontraram mais diamantes. Joalheiros avaliaram: uma fortuna! O técnico disse: “Com cem homens e máquinas adequadas, eu garantiria a retirada de um milhão de dólares em diamantes por mês.”
O financista montou uma empresa e arrecadou, logo, 10 milhões de dólares, Rothschild à frente. Mas, precisavam afastar os dois “mineradores” do jogo: ofereceram 700 mil dólares pelos mapas e os direitos; eles aceitaram, após alguma relutância. E desapareceram.
Quando os novos donos chegaram à mina com milhares de dólares investidos em infraestrutura, começaram a cavar e cavar, não encontraram um sozinho diamante. Após vários dias de trabalho, caíram em conta: a fabulosa mina mais valiosa da história não valia nada, não tinha diamantes nem nenhum outro tipo de gema. Dois desconhecidos conseguiram defraudar aos homens de negócios mais inescrupulosos.