
Quantas metas abandonamos? Somos bons em estabelecê-las, ruins em cumpri-las. Um primeiro passo, em geral, é procrastinar ou se distrair.
Acrasia (Akrasia, em grego) é o nome disso: agir contra o que sabemos que é a coisa certa a fazer; é o que impede de nos tornarmos uma versão melhor de nós mesmos.
Sócrates se perguntava: “se uma pessoa julga que determinada ação é a melhor coisa a ser feita, como ela pode fazer outra coisa que não aquela ação, se pode fazê-la”?
A resposta, arrisco, é a nossa visão imediatista da vida; nosso cérebro fabrica, falsifica, seduz e nos convence a escolher a gratificação instantânea em vez de benefícios de longo prazo. Esforços para o futuro tendem a ser escanteados pela fruição do agora.
Assim, continuamos a adiar o “trabalho” dos sonhos, ou projetos de vida, sempre com muitas “razões” para a postergação, ou, alegamos que não está bom o suficiente para enviar, lançar, publicar ou implementar. E a roda vai girando; às vezes para trás.
Diria que esse estado de espírito é o ‘normal’, a inércia. A consciência disso nos permite agir mais seletiva e proativamente e, evita que a autoestima mingue.
“O que falta às pessoas não é força, e sim, vontade.” (Victor Hugo)