“Um País que não cresce, empresários estrangulados e cidadãos sem perspectiva. O cenário não poderia ser pior. Mas é. Fantasiada de reforma tributária, a proposta do governo federal que simplifica impostos coloca o peso da crise no ombro do contribuinte – que arcará com um novo imposto, na ordem dos 0,20%, por transações eletrônicas. Rechaçada por economistas das mais diversas linhas de pensamento e por empresários de ramos distintos, a medida também é rejeitada por quase 95% da população, mas parece agradar ao ministro Paulo Guedes, que coloca a culpa na Covid-19 e insiste em dizer que a tributação não é uma CPMF. Realmente, ela não é igual. É pior. Em 1999, a CPMF incidia em 0,38% ao contribuinte. À época, a taxa básica de juros do País, a Selic, era de estrondosos 45% ao ano. Hoje, está em 2%. Por isso, os 0,20% da atual proposta de Guedes representam uma mordida muito maior. Proporcionalmente à taxa de juros, ela é absurdamente alta e pode ter proporções catastróficas para o Brasil.” (Paula Cristina e Jaqueline Mendes – ver link: https://www.istoedinheiro.com.br/prepare-se-para-pagar-mais-um-imposto/)
Qual governo não mente nas suas promessas eleitorais? Alguns não cumprem por incompetência gerencial e política. Outros, por mau-caratismo ou por ignorância do que se estava prometendo.
Os governos anteriores já foram ‘punidos’ eleitoralmente. O atual, que está em campanha desde o primeiro dia, tem dois únicos objetivos: a reeleição e a proteção jurídica da família.
Este governo, supostamente liberal nas questões econômicas e conservador nas sociais, é um farrapo, um estelionatário político.
Das questões sociais, o combate à corrupção, sua bandeira mais eleitoreira, está sendo deliberadamente – e abertamente – enterrada. Seus ícones, Sérgio Moro e a Lava Jato, são difamados pelos meninos das redes sociais e, desarticulados através do Congresso, alguns ministros do STF e do MPF.
Ainda nesse campo, a moralidade política foi, ‘por necessidade’, desmoralizada com o abraço de conluio com o Centrão. Os sempre vistos como corruptos agora são irmãos.
Só há empenho na liberação de armas, que significa a renúncia ao poder constitucional delegado às polícias – pelo qual pagamos – e, pelo suposto interesse no fortalecimento de milícias.
Nas questões econômicas, outro eixo eleitoral, o PG mostrou-se Paulo Gogó – economista de palanque, prometendo fantasias e reformas com as quais seu chefe discorda.
A “reforma previdenciária” saiu porque estava amadurecida e teve o protagonismo do Congresso, apesar da resistência do presidente.
A “reforma tributária” está andando no Congresso, independentemente do Executivo, que há pouco, enviou uma singela integração entre o PIS e Cofins. Os desdobramentos anunciados contemplam uma versão ‘moderna’ da CPMF e a reformulação do IR, com a promessa de menor regressividade.
A “reforma administrativa”, essencial para dar uma racionalidade à gestão pública e, a médio prazo, ajudar na gestão do déficit público, tem um oponente forte, o líder corporativista sentado no Executivo.
As “privatizações”, lembram?, que trariam R$ 1 trilhão com a venda de estatais já no primeiro ano de governo, viraram uma quimera.
A “venda de imóveis”, lembram?, também acrescentaria R$ 1 trilhão aos cofres públicos. Cadê? As privatizações e a venda de imóveis reduziriam a dívida pública à metade!