“Todos devem agir com realeza a seu próprio modo. Que todas as suas ações, mesmo não sendo as de um rei, sejam, na sua própria esfera, merecedoras de um deles. Seja sublime nas suas ações, distante nos seus pensamentos; e em tudo que fizer mostre que merece ser rei, mesmo não o sendo de verdade.” (Baltasar Gracián, 1601-1658)
A ideia de aparentar uma segurança aristocrática é interessante, para os que estão acima de você. Isso pode abrir portas, como as que se abriram para Colombo, que insistiu em exigências “absurdas” para o patrocínio de sua viagem; além de divulgar ter uma origem nobre, escondendo que era filho de um tecelão e que ganhou a vida vendendo queijos.
Mas, humilhar os “inferiores”, é prova de burrice ou desespero. Evidencia que o seu “sucesso” econômico-social é uma farsa. Mostra que se é um “fracasso” social, um insatisfeito com sua vergonha; um despreparado para a vida. Arrotar esnobismo é típico de quem não se encontrou na mísera vida que leva. Um impostor.
Apelar para a cor da pele e da condição social é o que há de mais raso para justificar sua existência. “Segue a vida”, diria alguém. Mas, sem incomodar os que acreditam que a vida é oportunidade. A vida, mais que um direito, é um grande privilégio. Mas, privilégios não traduzem a vida.
Balaio Caótico 