
“É possível viver no desespero sem desejar a morte?”, perguntava-se Alberto Moravia.
Moravia era atormentado pelo fascismo, já no seu início, quando detectava a alienação e a indiferença da burguesia italiana, o que acabou por sustentar o novo regime político.
Acreditava que a vida “é um perfeito caos, do qual se pode extrair apenas algum fragmento ordenado, e todavia misterioso.”
“Não, não crie ilusões, não é possível, realmente não é.”, fala uma personagem no seu livro “1934”. Ela referia-se à impossibilidade de um encontro, mas também à vida.
Morreu em 1990. Seus romances e contos denunciavam a “lassitude do indivíduo frente à realidade vivida, o corpo feminino como mercadoria e objeto de consumo, o fetichismo de objetos, a hipocrisia social, o sexo, a revolta e a angústia existencial.” (Sérgio Gabriel Muknicka)