
Lugares sobre um planeta
Os semelhantes florescem
mínimo pássaro do tempo
Nós continuamos, indizíveis
cristais, tremores
O fabuloso desfilando
o extraordinário, comum
mas a penitência da incerteza permanece
Novas margens desmoronadas
esforços liliputianos
É preciso apressar-se
A História vai fechar-se
Henri Michaux foi poeta, pintor e viajante “imaginário”. Como Aldous Huxley, experimentou drogas alucinógenas, como a mescalina e o haxixe, para suas viagens internas. Também viajou, de fato, pela Ásia, Europa e Américas, registrando as viagens poeticamente; as paisagens são secundárias. “Os poetas viajam, mas a aventura da viagem não os domina”, dizia.
Tinha amor à síntese; sua obra é concisa e vasta. Carregava uma grande tristeza, a de não ser um santo.
“Se um espírito contemplativo se deita à água, não tentará nadar; procurará, primeiro, compreender a água. E afogar-se-á”