
Konosuke Matsushita valorizava a vida humana e dedicou-se a criar uma filosofia em que priorizava seres humanos e sua felicidade.
Quando era adolescente, sua família inteira morreu de tuberculose em menos de um ano.
Morreu em 1989, aos 95 anos.

Aos 24 anos decidiu seguir um conselho que seu pai repetia:
“As habilidades que você está aprendendo garantirão seu futuro. Tenha sucesso como empreendedor e você poderá contratar pessoas que tenham educação”.
Criou um império, a Panasonic, a partir de sua casa, com três trabalhadores (ele, a esposa e o cunhado) em 1918, e deu-lhe um nome tão grandioso quanto seus sonhos: ‘Matsushita Electric Devices Manufacturing Works‘.

Aposentou-se aos 80 anos e, em 1980 quando tinha 85 anos, investiu 7 bilhões de ienes do próprio bolso na criação de uma instituição governamental (Matsushita Institute Of Government and Management) para treinar líderes voltados a construir uma sociedade melhor, com fundamentos humanos.
Almejava um mundo melhor, com pessoas mais felizes. Os alunos moram no campus por quatro anos, sem taxas e com bolsa para focar nos estudos.
A lista de alunos de sua instituição inclui o ex-primeiro ministro Yoshiniko Noda e o ex-ministro da defesa Itsunori Noda. 114 ex-alunos entraram para a política e 34 se tornaram membros da Dieta.
Em 1984, escreveu que seu verso preferido, que o mantinha ativo era:
“Juventude é mocidade no coração
Juventude é eterna para aqueles
Que estão cheios de fé e esperança
E saúdam os desafios de cada novo dia
Com coragem e confiança.”
Ele baseava suas decisões de negócios em seu conhecimento filosófico e da natureza humana. Por conta de sua infância difícil e passado traumático, investiu grande parte de seu tempo tentando descobrir o sentido da vida e pensando sobre a morte.
Seus princípios:
- TODA VIDA É PRECIOSA (prezava pelas pessoas)
- RESPEITO E DIGNIDADE (qualquer ser humano é digno de respeito e admiração)
- VALORIZAÇÃO DOS INDIVÍDUOS (valorizava seus funcionários como indivíduos, assim como seus clientes. Ao contrário de outros empresários não visava apenas o lucro; o via como consequência de um trabalho bem feito)
- PREÇOS JUSTOS (oferecer produtos de baixa qualidade é desrespeitoso. Por isso, só colocava à venda o melhor e estabelecia um preço considerado bom para o consumidor, para a empresa e para a sociedade japonesa)
Em 1929, Konosuke adoeceu e ficou afastado da empresa; seus principais gerentes foram levar-lhe uma triste notícia: as vendas haviam caído para menos da metade, acumulando produtos no estoque. Eles estavam convencidos de que era necessário demitir pelo menos 50% dos funcionários para tentar salvar a empresa.
Konosuke os fez levantar-se de sua prostração e encontrar forças em meio a desolação, ordenando-lhes que reduzissem a produção e a jornada de trabalho pela metade. Solicitou, também, que todos os funcionários se preocupassem em vender o excesso de estoque da empresa e com isso não seria reduzido o salário de ninguém e não autorizou a demissão de qualquer funcionário.
“Foi uma decisão surpreendente, uma vez que a filosofia de não demitir foi adotada por outros empresários japoneses somente depois da Segunda Guerra Mundial e, muito menos pedir para que operários da produção se dedicassem às vendas.
Nenhuma empresa no Japão naquela época mantinha uma orientação tão clara dirigida para o cliente, que tivesse os custos tão baixos e, que mantivesse relações de trabalho ou um marketing tão audaz.” (Rubens Fava)
Em 1932 já pregava a seus funcionários que a missão do dono de uma empresa, é contornar a pobreza, para aliviar a sociedade como um todo desse flagelo e trazer-lhe riqueza. Os negócios e a produção não foram destinados a enriquecer apenas as lojas e as fábricas do empreendimento em questão, mas igualmente o resto da sociedade.
Há um livro dele que considero especial e atual: “Não vivemos somente pelo pão”.