
Resistiu por mais tempo do que o esperado – contava com o apoio da população. Agora, com essa mesma população inerte e dividida, é a hora da virada. Os corruptos já comemoram. Sonhos de uma ilusão democrática.
Por seis anos, a Operação Lava Jato, em suas 71 fases, realizou mais de mil mandados de busca e apreensão, prisões temporária e preventiva e de condução coercitiva. Algo nunca imaginado: grandes empresários, burocratas de alto estirpe, políticos consagrados, funcionários de grandes empresas … os inatingíveis foram alcançados. O Brasil parecia poder aspirar ao status de país sério.
Isso tornou-se possível graças ao idealismo de alguns membros da PF, do MP e da RF que tiveram acolhida num juiz federal de primeira instância, Sérgio Moro. As ferramentas usadas foram o rastreamento de recursos, a delação premiada, as prisões temporárias e a possibilidade da prisão em segunda instância. Mais de cem pessoas foram condenadas. Um desaforo.
Mandatários estaduais e até o presidente, utilizaram a Operação para suas eleições, muitos usando luvas.
As ‘vítimas’ e os potenciais investigados não pararam, para alegria e fortuna de muitos escritórios de advocacia.
Derrubaram a prisão em segunda instância; desviaram o que seria ‘caixa dois’ para a Justiça Eleitoral, criaram o ‘cotovelo’ do juiz de garantias, tentaram desmoralizar a delação premiada, ‘legalistas’ se revoltaram contra as prisões provisórias (só dos graúdos), vazamentos de conversas entre membros foram usados para tentar desmoralizá-la, enquanto criticavam o estrelismo de alguns da Força-tarefa e a espetaculização dos eventos.
As operações investigadas totalizavam oito trilhões de reais em potenciais desvios; conseguiu-se a devolução de mais de R$ 4 bilhões.
Agora, decididamente e abertamente, o lado escuro da Força, conta com o protagonismo do PGR, escolhido pelo presidente, por critérios desconhecidos:
“É hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure” (Augusto Aras)