“Amai a justiça, vós que julgais a terra, (…)
Pois os pensamentos tortuosos afastam de Deus
e o Poder, posto à prova, confunde os insensatos.”
(Sabedoria de Salomão, 1- 1:2)

O racista, como um fanático, “é ao mesmo tempo esclarecido e supersticioso, orgulhoso de ser um individualista e com medo constante de não ser como todos os outros, zeloso de sua independência e inclinado a se submeter cegamente ao poder e à autoridade”, descreve Max Horkheimer.
Para o radical, doutrinado, “obediência e respeito pela autoridade são as virtudes mais importantes que as crianças deveriam aprender e, nenhum insulto à honra deverá jamais ficar sem punição. E, toda pessoa deve ter uma fé profunda em alguma força sobrenatural acima de si, à qual ela é fiel e cujas decisões não questiona.” Esses são aspectos levantados numa pesquisa feita por Theodor Adorno.
Suas crianças são moldadas, amordaçadas e proibidas de qualquer questionamento. A criatividade, a natural rebeldia e os inconformismos afetam diretamente o “responsável” por sua “educação”. A fortaleza do radical é o seu rigor doutrinário e sua fidelidade cega.
Os radicais têm uma necessidade emocional exagerada e generalizada de obediência à qualquer autoridade, do pai ou ditador. Como consequência, têm a “tendência a vigiar e condenar, rejeitar e punir pessoas que violam os valores convencionais”. São supersticiosos e tendem a atribuir seus reveses e seu destino a forças superiores ou a terceiros.
O ódio aos judeus, por exemplo, é também o ódio à tradição intelectual que eles representam. “O antissemita é, em geral, anti-intelectualista e se orgulha de sua ignorância. É impermeável à verdade”, segundo Sartre.
As ondas de racismo, fanatismo e antissemitismo se propagam mais comumente em crises, quando os despossuídos extravasam ressentimentos (intolerância associada ao vitimismo)