
“A teoria conservadora do estado deve afirmar o estado, porque e na medida em que representa uma obrigação. Também deve, no entanto, impedir que o estado se torne a única obrigação, de se tornar o ‘estado total’. (…) E esse significado e objetivo, isto é, poder, é mau e desmoralizante, destrutivo, se não está vinculado a uma ordem divina e imutável, se não estiver vinculada ao plano de Deus para o mundo.”
Peter Drucker escreveu isso em 1933 (logo após Hitler tornar-se chanceler), aos 24 anos. Era uma provocação ao nascente nazismo, pois confrontava a teoria conservadora do Estado de Friedrich Julius Stahl com as ideias totalitárias do Nacional Socialismo. Stahl era um judeu convertido, assim como Drucker. O texto de Drucker foi queimado em praça pública. Era a senha para deixar a Alemanha.
História.
Drucker trouxe à pauta temas que se tornaram relevantes, como a inovação, a boa governança corporativa e consolidou os conceito modernos de corporação e gerenciamento.
Admirava a Embraer (“como foi possível um país em desenvolvimento criar do nada uma empresa de aviões?”).
Sobre o Brasil, afirmou: “Não concordo com a crença de que o Brasil fracassou”. Entretanto, completava, “o Brasil marca passo não por falta de poupança e investimento mas pela ausência de boa gestão pública.”
“… não existe país subdesenvolvido, existe país subadministrado.”
Senão, vejamos: aumentamos o gasto público 5% ao ano, acima da inflação desde 1997; bem mais do que o PIB! Resultado: serviços insuficientes e insatisfatórios e, dinheiro pelo ralo. Nisso somos bons, em gastar muito e mal.
Segundo Marcos Lisboa, “gastamos com educação, como fração do PIB, mais do que 89% dos países do mundo, mas nossos indicadores de aprendizado estão bem aquém do esperado. Gastamos com proteção social três vezes mais do que a média dos emergentes, mas o percentual de famílias na pobreza caiu menos do que nos países assemelhados.”
Agora, tecnicamente, não há espaço para mais crescimento. Como manteremos o mamute estatal?
Perfeito! Adorei o subadministrados.
CurtirCurtir