“A beleza do mundo vivente que eu estava tentando salvar sempre ocupou um lugar de destaque em minha mente – assim como a indignação pelas coisas insensatas e brutais que estavam sendo feitas …”, escreveu Rachel Carson a uma amiga.
Em 1962, Carson escreveu “Primavera Silenciosa”, um marco, e deu forma a um poderoso movimento social: a preocupação com o meio ambiente. Morreria dois anos depois, com um legado. Ela ocupa o primeiro lugar na lista das cem pessoas que mais contribuíram para a defesa do meio ambiente em todos os tempos, segundo The Guardian.
Seu livro gerou um debate (nos EUA) sobre o uso de pesticidas químicos, a responsabilidade da ciência e os limites do progresso tecnológico. Sua tese, hoje trivial porém válida, era que estávamos (estamos) nos submetendo a um lento envenenamento pelo mau uso de pesticidas. Isso, numa época em que o DDT era um ícone do progresso, por sua vitória sobre os insetos na agricultura.
A arrogância das multinacionais, com apoio de certa ciência, continua. Na semana passada, a Bayer (que havia adquirido a Monsanto) faz acordo de R$ 53 bilhões para encerrar processos envolvendo o glifosato. Mas, apesar do acordo, continua afirmando que o Roundup é seguro – para seus lucros.