“É com profunda preocupação que temos acompanhado o aumento do desmatamento
no Brasil. Como instituições financeiras, que têm o dever fiduciário de agir no
melhor interesse de nossos clientes a longo prazo, reconhecemos o papel crucial que
as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, na proteção
da biodiversidade e no fornecimento de serviços ecossistêmicos.
O Brasil tem um papel histórico de liderança no combate ao desmatamento, ao
mesmo tempo em que oferece condições favoráveis para negócios e investimentos.
No entanto, a escalada do desmatamento nos últimos anos, combinada com relatos de
um crescente enfraquecimento das políticas ambientais e de direitos humanos e
esvaziamento do órgãos de fiscalização, estão criando uma incerteza generalizada
sobre as condições para investir ou fornecer serviços financeiros ao Brasil. (…)”
Assim começa uma carta aberta, assinada por 29 instituições financeiras globais, dirigida ao governo brasileiro.
“Queremos continuar investindo no Brasil e ajudar a mostrar que o desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente não precisam ser mutuamente exclusivos”, dizem os signatários.
“A briga do governo não é mais com as ONGs, mas sim com o grande capital. Com isso, quem perde duas vezes é o Brasil, porque tem destruição do meio ambiente e ainda pode ficar sem investidores quando mais precisa”, comenta Míriam Leitão.
Enquanto isso, Tereza Cristina, disse ontem num evento da Climate Bonds Initiative (CBI) “que o Brasil pode intensificar a produção de alimentos sem derrubar uma árvore sequer, otimizando a extensão de terra dedicada atualmente ao agronegócio no país.”
Precisa falar para seus colegas no governo.