1857. A Inglaterra dominava a Índia, através da Companhia da Índias. Montaram um exército com 250 mil mercenários nativos, chamados Sipaios (soldado, em hindi).
Armaram-lhes com rifles cujos cartuchos, de papel, tinham que ser abertos nos dentes. Aí começaram os problemas: os cartuchos eram untados com sebo animal.
Os sipaios hindus não aceitaram porque as vacas eram sagradas e, os muçulmanos, porque os porcos eram impuros. Houve um motim. 85 sipaios se recusaram a usar os cartuchos. Foram acorrentados e condenados a dez anos de trabalhos pesados.
Os ingleses acharam que a situação estava resolvida. Não avaliaram bem. Os cartuchos eram só um ‘gatilho’. Os ingleses vinham se metendo nas práticas seculares da cultura indiana. Exemplo: proibiram o “suttee”, costume que obrigava a esposa viúva devota a se sacrificar viva na fogueira da pira funerária de seu marido morto. Amor eterno.
Proibiram também o infanticídio e permitiram que as viúvas voltassem a casar, entre outras intromissões.
Bom, os sipaios se revoltaram, em fúria. Soltaram os companheiros, queimaram o acampamento militar e devastaram a cidade, matando todos os europeus que encontraram. Avançaram até Délhi e mataram todos os europeus que estavam por lá. Em Kanpur, no Uttar Pradesh, sitiaram militares britânicos até quase morrerem de fome. Os militares renderam-se sob a promessa de que eles, mulheres e crianças poderiam deixar o país em segurança. Foram todos massacrados.
Os sikhs ‘salvaram’ os ingleses remanescentes: eles odiavam tanto os hindus quanto os muçulmanos. Com o apoio dos sikhs e a chegada de reforços, os bretões venceram e, se vingaram com barbárie igual.
No ano seguinte, o parlamento britânico aboliu a Companhia das Índias e colocou a colônia indiana sob comando do governo. Durou 89 anos.