Paulino Meira, um amigo, resolveu comentar o filme Event Horizon, de 1997 – nostalgia, talvez. O filme trata da tentativa de resgate da nave do título.
Essa nave tem como força um ‘motor de gravidade’, que gera um buraco negro artificial usado para unir dois pontos no espaço-tempo, o que reduziria o tempo de viagens em distâncias astronômicas. Mas, ao ligar o motor de gravidade abriu-se um portal para outra dimensão, algo como o ‘inferno’ de nossas imaginações.
Gancho para falar da Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Dante finalizou sua Comédia em 1321. Originalmente denominou seu poema como Comédia que, no sentido aristotélico, fala de homens inferiores, pessoas comuns, ao contrário de Tragédia, que trata de personagens e ações nobres. Por uma questão de marketing, seus editores mudaram o nome para Divina Comédia, dois séculos depois.
Em resumo, ele vai ao Paraíso – para encontrar sua amada Beatriz – passando pelo Inferno e pelo Purgatório, guiado por Virgílio, que simboliza a razão.
O Inferno é, naturalmente, bem estruturado, com uma hierarquia de pecados, pecadores e suas penas.
O primeiro nível abarca a Incontinência (os luxuriosos, gulosos, avaros, iracundos e rancorosos e os heréticos).
Segue o pecado da Violência e Bestialidade, contra o próximo (tiranos e assaltantes), contra si próprio (suicidas e gastadores) e, contra Deus (blasfêmios, sodomitas e usurários).
O nível seguinte cuida do pecado de Fraude, uma lista grande: sedutores e rufiões, aduladores e lisonjeadores, simoníacos, magos e adivinhos, traficantes, hipócritas, ladrões, maus conselheiros, cismáticos e intrigantes, e, falsários.
Finalmente, o círculo da Traição, contra parentes, a Pátria ou partidos políticos, os hóspedes e aos benfeitores.
Os políticos, atualmente, têm várias opções para permanência.
Antes do acesso ao Inferno há o Vestíbulo, onde ficam os Ignavos. Ignavo é o sujeito que não se posiciona, o indiferente, que não se opõe ao mal. São os covardes, fracos, indolentes, medrosos, pusilânimes. Esses, os insossos, são picados por nuvens de vespas e obrigados a correr sem parada atrás de uma insígnia.
Aqui está o vídeo de Paulino:
Os muitos infernos que infernam nossos verões.
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Amei!
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Saudades de ti, minha primeira Amiga.
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Outonos, invernos, primaveras… até os verões novamente, querido Bernardo!
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Saudades, ainda.
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Parabéns Dorgival pela serenidade e clareza na dissertação dos fatos! Muito bom mesmo.
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O Vestíbulo deveria ser o lugar de muitos de nossos políticos.
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Excelente texto!
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