Escrevo sempre sobre abusos, massacres e perseguições perpetrados por religiosos, fanáticos, de várias denominações.
Hoje trago um fato marcante, que os revolucionários franceses, como ápice do terror, praticaram em nome da razão.
As vítimas foram 16 freiras carmelitas, executadas em 17 de julho de 1794.
Seus crimes? Continuaram a viver juntas após a extinção do seu convento.
Aos pés da guilhotina, elas cantavam ‘Veni Creator Spiritus’ (‘Vem, Espírito Criador’), hino da festa de Pentecostes, que invoca o Espírito de Deus, que pairou sobre as águas informes e tumultuosas na criação do mundo, conforme Gênesis.
A Prioresa, a última a morrer, falou para um público silencioso: “não é a violência que tudo pode, é o amor que tudo pode.”
Todas, uma atrás doutra ajoelhavam-se diante da Prioresa e renovavam seus votos de obediência.
Foram mártires pela fé.
Hoje, nosso martírio é o cotidiano.
A barbárie, o terror, não são exclusividades de nenhuma crença, ideologia ou da racionalidade. São frutos da intolerância, instrumentalizada pelo fanatismo.
(Fonte: “Diálogo das Carmelitas”, de Georges Bernanos)

(dss, 12 junho 2020)
Hoje, nosso martírio é o cotidiano! Sem dúvidas! 👏👏👏
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